CALDO VERDE |
Que doce e boa, que profunda liga,
Que núpcias de sustento e de sabor,
Fazem o caldo e o pão do Cavador
No farto bojo da tigela antiga!
É verde o caldo, e loira a broa... Diga
Quem viu, se não parece, em jeito e em cor,
Um girassol, abrindo a áurea flor,
Sobre um tufo de relva, à luz amiga!
Não tendo a broa, o caldo é quase nada:
Perdeu o gosto, e não levanta a enxada;
Homem que é só, lareira sem rescaldo...
"Carne da minha carne..." Um tanto a esmo,
Direi, que enfim o bom sentido é o mesmo:
- Caldo sem broa?... Que solteiro caldo!
A. Corrêa de Almeida e Oliveira*
Pão Nosso, Alegre Vinho e Azeite da Candeia
INGREDIENTES [4 pessoas]
1 couve galega
500g de batatas
4 rodelas de salpicão ou chouriço de carne
4 colheres de sopa de azeite
4 fatias de broa de milho
Sal q.b.
Coza as batatas em 1,5l de água, temperada com sal, com 3 colheres de azeite. Reduza a puré e leve novamente ao lume. Quando levantar fervura, junte a couve migada. Deixe o caldo verde cozer com a panela destapada. Coloque em cada prato uma rodela de salpicão e uma fatia de broa de milho. Deite o caldo verde por cima e regue com o restante azeite em fio.
* OLIVEIRA, António Corrêa de Almeida e [1879-1960]
Professor, poeta e ensaísta, crítico, é autor de diversas antologias escolares e colaborou em jornais e revistas várias.
Publicou Cantata de Dido e Outros Poemas (1943), As Segundas Três Musas de D. Francisco Manuel de Melo (1944), O Lirismo Barroco (1948), Pão Nosso, Alegre Vinho e Azeite da Candeia, entre outras obras.
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