segunda-feira, janeiro 9

Luisa Todi nasceu 9 de janeiro de 1753


Filha de um professor de música e instrumentista, Luísa Rosa de Aguiar nasceu a 9 de janeiro de 1753, em Setúbal, mas foi em Lisboa que criou raízes. A sua vida artística começou no teatro quando tinha 14 anos. Estreou-se como actriz por volta de 1767, no Teatro do Bairro Alto, recitando com a irmã as falas de personagens de “Tartufo”, de Molière.
Com a sua “performance”, Luísa Rosa de Aguiar chamou a atenção do violinista italiano, Francesco Saverio Todi, com quem casou, em 1769, quando completava apenas 16 anos. A estreia como cantora deu-se um ano após o casamento, na ópera “Il Viaggiatore Ridicolo”, de Giuseppe Scolari. Foi nesta altura que se deu o ponto de inflexão na carreira de Luísa Todi. Em 1772 actuou no Porto, cantando árias do compositor David Perez. O seu talento começava a ser reconhecido. A crítica destacava a expressividade e a emoção com que interpretava as personagens.
A cantora lírica começou a percorrer mundo, alcançando êxitos consideráveis. Passou por Londres, Paris, Berlim, Turim, Varsóvia, Veneza, Viena, Sampetersburgo, entre outras cidades. Nestas viagens conviveu de perto com a aristocracia europeia. Deve, aliás, ao marido o aperfeiçoamento e a dimensão internacional que a levaram a várias Cortes da Europa.
Em Sampetersburgo foi especialmente aplaudida pela imperatriz Catarina II da Rússia, a quem o casal Todi dedicou a ópera “Pollinia”. Luísa Todi recebeu também a admiração de Frederico Guilherme II da Prússia, que lhe ofereceu aposentos no palácio real, onde a cantora permaneceu entre 1787 e 1789. “La Didone Abbandonata” é considerada a ópera em que alcançou maior sucesso.
O “tour” pela Europa foi interrompido duas vezes para cantar na corte portuguesa. A primeira vez em 1783 e a segunda, dez anos depois, por ocasião do baptizado de mais uma filha de D. João VI, casado com D. Carlota Joaquina. Como era proibido às mulheres cantar em público, Luísa Todi precisou de autorização especial.
Regressou definitivamente a Portugal em 1799. Cantou pela última vez no Porto em 1801, e dois anos mais tarde enviuvou. Em 1809, as invasões francesas obrigaram Luísa Todi a sair do Porto, perdendo jóias e muitos dos seus bens.
Morreu cega, aos 80 anos, a 1 de outubro de 1833 em Lisboa. Luísa Todi é uma referência na história universal da ópera.
[adaptado de Os Grandes Portugueses]

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