sábado, fevereiro 4

Almeida Garrett

Iniciador do Romantismo, refundador do teatro português, criador do lirismo moderno, criador da prosa moderna, jornalista, político, legislador, João Batista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu a 4 de fevereiro de 1799 no Porto, no seio de uma família burguesa com pretensões aristocráticas. O apelido Garrett tem raízes irlandesas, mas a sua infância foi passada no Douro, em contacto com a natureza e o povo, educado pela mãe e pelas velhas criadas, contadoras de histórias. Em 1809 foi viver para a Ilha Terceira e a sua educação passou a ser acompanhada pelo tio, um bispo que tentou incutir-lhe a vocação eclesiástica.
Estudante de Direito na Universidade de Coimbra, Garrett alcança grande notoriedade pública pela ousadia com que defende as ideias liberais. Em 1823, perante o golpe de Estado que abolira a constituição, exila-se em Inglaterra e, depois, em França. Três anos mais tarde volta a Portugal, mas, em 1828, quando D. Miguel sobe ao trono, emigra de novo, para ingressar no exército liberal que, em 1832, desembarca no Mindelo, mais precisamente na Praia da Memória, Matosinhos. Após a derrota dos miguelistas, desempenha funções diplomáticas, é nomeado inspetor-geral dos Teatros, responsável pela criação de um Teatro Nacional e é então que surge o Teatro Nacional D. Maria em Lisboa.
Com o advento do cabralismo é afastado da política, à qual regressa, mais tarde, no período da Regeneração: nomeado visconde e par do Reino, é-lhe confiado o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros. Morre a 9 de dezembro de 1854 em Lisboa, aos cinquenta e cinco anos.
Almeida Garrett é considerado, por muitos autores, como o escritor português mais completo de todo o século XIX, porquanto nos deixou obras-primas na poesia, no teatro e na prosa, inovando a escrita e a composição em cada um destes géneros literários.
Da sua obra, salientamos Catão (1821), O Retrato de Vénus (1821), Camões (1825, poesia) e Dona Branca (1826, poesia), Bosquejo da História da Poesia e Língua Portuguesa (1826), Lírica de João Mínimo (1829), Da Educação (1829), Portugal na Balança da Europa (1830), Um Auto de Gil Vicente (1838), Dona Filipa de Vilhena (1840), O Alfageme de Santarém (1842), Frei Luís de Sousa (teatro, 1843), Romanceiro, (1º vol. 1843), Flores sem Fruto (poesia, 1845), O Arco de Sant'Ana (romance histórico, 1845), Viagens na Minha Terra (1846) e Folhas Caídas (poesia, 1853).

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