A morte chega cedo,
Pois breve é toda a vida O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.
O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou.
E tudo isto a morte
Risca por não estar certo
No caderno da sorte
Que Deus deixou aberto.
in Poesia 1931-1935
A morte é curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
Existir como eu existo.
Existir como eu existo.
A terra é feita de céu.
A mentira não tem ninho.
Nunca ninguém se perdeu.
Tudo é verdade e caminho.
In Poesia 1931-1935
Fernando Pessoa deixou de "ser visto" há 75 anos, a 30 de Novembro de 1935.
Relembra-o, visitando a Casa Fernando Pessoa.
Sem comentários:
Enviar um comentário